sábado, 8 de janeiro de 2011

Partindo de algumas recentes leituras e de minhas ousadias reflexivas que aprofundaram minha visão dialética das coisas, acredito ter omitido um ponto em minha última reflexão acerca do amor. Apresentei o amor como uma categoria que se fundamenta na liberdade e no perdão. Entretanto para complementar a dialética que envolve essas duas categorias liberdade e perdão se faz necessário pensar em justiça e autoridade como pesos antagônicos que equilibram a balança do verbo amar. A liberdade por si só desequilibraria assim como o profundo perdão unicamente.

Dialeticamente pensando toda liberdade carrega em si a autoridade assim como todo perdão carrega em si a justiça. Liberdade sem autoridade corre-se o risco de cair na licenciosidade assim como autoridade sem liberdade corre-se o risco de cair no autoritarismo que, nas palavras de Paulo Freire, seriam como a “ruptura do equilíbrio tenso entre autoridade e liberdade“. O mesmo ocorre com o perdão. Pensar em perdão acarreta termos que pensar na justiça, um sem o outro rompe-se o equilíbrio das coisas, rompe-se com o amor entendido aqui como categoria superior que se fundamenta nesses dois pilares.

Lembrei-me de passagens bíblicas que nos transmitem uma imagem de Deus como um ser que ama, por amar ele é justo, mais também perdoa. Biblicamente também nos é transmitido a idéia de que somos seres éticos frente às possibilidades de caminhos que podemos tomar em nossas vidas. Ser ético acarreta ser autônomo. Autonomia que se fundamenta na liberdade de nossas escolhas assim como presos a autoridade de termos que nos responsabilizarmos sob elas.

“A liberdade é uma prisão”.
Liberte-se...;)