A educação à distância (EAD) traz aos seus alunos de forma implícita uma grande necessidade de “apresenta-se”, apresentar ao mundo o que sabe, o que ele realmente aprendeu, para que assim possa ampliar seus horizontes profissionais.
A modalidade de ensino presencial tradicional possui uma imagem consolidada histórico-culturalmente de ser algo mais confiável, que seus alunos por dedicarem um maior tempo sairão de dentro dos muros universitários realmente munidos do conhecimento necessário para suas futuras práticas profissionais. É o que ocorre com muitas instituições de ensino ”renomadas” como as federais, estaduais e católicas que transmitem a toda a sociedade uma imagem do “saber”, no sentido de que o alunado que passa por elas, está munido realmente do referencial teórico-metodológico ético-político necessário para suas respectivas inserções no mercado de trabalho por isso não precisam ser questionados acerca de que será realmente de por terem conseguido concluir o curso universitário, apreenderam o mínimo necessário para uma atuação profissional?
Essa dúvida é constante no âmbito da educação à distância na qual é possível identificar dois dos pontos que ajudam a entender melhor os motivos geradores de tal pré-conceituação acerca dessa modalidade de ensino. Primeiro porque as instituições de ensino a distância em sua grande maioria ainda não conseguem garantir para toda a sociedade essa confiabilidade no que se refere ao conhecimento, ou seja, tais instituições por si só não transmitem socialmente que seu aluno terá uma qualidade profissional. Isso pode ser entendido devido sua grande transferência de responsabilidade do ensino para o próprio aluno que passa a ser o peso e medida do seu próprio conhecimento perdendo assim uma representatividade social que seria garantida pela instituição.
O segundo motivo é que permeia a idéia de que o ensino a distância não propicia aos alunos espaços de discussão, então como realmente será possível afirmar que eles estão aprendendo o que está sendo passado se pouco são os espaços de diálogo uma peça importante para produção e mediação do saber?
Tais pontos apresentados até então nos fazem entender que o aluno da educação a distância precisa “apresentar-se” a toda uma sociedade que ainda os vêm com certo pré-conceito e, alguns desses motivos seria a inexistência de uma instituição universitária politicamente forte, capaz de garantir sua eficiência e eficácia, tudo se concentra no próprio aluno. Além de que também é preciso desmistificar uma grande desconfiança que existe quanto aos métodos utilizados pelas instituições para propiciar a interação interpessoal, algo muito importante para que o saber possa ser produzido e reproduzido.
Essa desconfiança é muito comum na história da humanidade onde o novo sempre causou estranhamento o que requer tempo para que possamos colocar na balança os frutos bons ou ruins dessa novidade. É construindo uma representação social forte que podemos desmistificar tais pré-conceituações que tendem a denegri a imagem da educação à distância.
