O
que entendemos por “apreender o fenômeno em sua totalidade”?
Bem,
uma das críticas que se fazia (e ainda se faz) aos positivismo(s) em
suas variadas caracterizações, (não existe apenas um Positivismo
assim como não existe apenas um Marxismo, nem apenas uma
Fenomenologia e etc.) era a ideia de se fragmentar o objeto de
estudo, isolando certas variáveis e desprezando outras. Dessa forma
se perde (ia) a dimensão “total” do fenômeno estudado (no caso
o humano). Para o materialismo histórico dialético, a realidade não
deve ser conhecida de forma fragmentada mais sim de forma sistêmica,
holística, processual (se somos seres históricos estamos sujeitos
ao tempo sendo assim sujeito ao processo) partindo sempre da
realidade concreta (crítica ao idealismo). A totalidade apontada
aqui caracteriza-se então como uma tentativa de apreender o fenômeno
estudado, o humano, de forma global apreendendo seus
multideterminantes e condicionantes sejam eles de ordem social,
biológica, psicológica e etc. superando assim um estado de
alienação, produzindo formulações teórico conceituais ou até
leis emcertos casos mais elaboradas e precisas.
É
interessante a gente pensar tb que essa(s) forma(s) de apreender a
realidade (não existindo unicidade nos discursos, haverá sempre
múltiplos vozes que hora se aproximam hora se distanciam) não
surgem do nada. Elas provém de certas sistematizações teórico
conceituais historicamente construídas e serão base para a o
entendimento humano de maneira ampliada, repercutindo assim nas
mais diferentes áreas do conhecimento. Pensemos então que essa
forma de entender a realidade não é peculiar do Serv. Social, se
fazendo presente também em outras disciplinas ciêntificas como por
exemplo a economia(s), sociologia(s) , psicologia(s),
antropologia(s), historia(s) e etc...
A
questão colocada é de ordem filosófico-epistemológica a qual,
repercute na forma como iremos produzir nossas teorias, conceitos,
leis, instrumentais técnico-operativos e como utiliza-los... Em
síntese, como se entende o que é a realidade e como irei intervir
para transformá-la. Para a apreensão da realidade de maneira ‘mais
totalizada’ (entendendo que a totalidade em ‘si’, ou o
‘esgotar’ de um objeto de estudo nunca será alcançado, em
função da natureza dinâmica e histórica dos fenômenos
analisados), devemos ter ciência que existem diversas variáveis de
outras ordens que podem interferir no nosso objeto/sujeito de estudo,
sendo elas por exemplo de ordem psicológica e biológicaas a quais, nós assistentes sociais não temos ‘na maioria dos
casos’ uma formação mínima que nos prepare para identificá-las.
Quando ignoramos essa questão tendemos a incorrer em erros muitas vezes caros para com os nossos usuários e nós mesmos, caindo num reducionismo igênuo de acreditar que o objeto/sujeito de estudo se reduz a aquela “certeza” a qual temos conhecimento. Pode-se haver muito mais pra além daquilo que nossos sentidos nos apresentam . Diferentes referenciais teóricos nos darão respostas distintas a um mesmo fenômeno analisado. É preciso saber dialogar com essas diferenças paradigmáticas.
Quando ignoramos essa questão tendemos a incorrer em erros muitas vezes caros para com os nossos usuários e nós mesmos, caindo num reducionismo igênuo de acreditar que o objeto/sujeito de estudo se reduz a aquela “certeza” a qual temos conhecimento. Pode-se haver muito mais pra além daquilo que nossos sentidos nos apresentam . Diferentes referenciais teóricos nos darão respostas distintas a um mesmo fenômeno analisado. É preciso saber dialogar com essas diferenças paradigmáticas.