Partindo de algumas recentes leituras e de minhas ousadias reflexivas que aprofundaram minha visão dialética das coisas, acredito ter omitido um ponto em minha última reflexão acerca do amor. Apresentei o amor como uma categoria que se fundamenta na liberdade e no perdão. Entretanto para complementar a dialética que envolve essas duas categorias liberdade e perdão se faz necessário pensar em justiça e autoridade como pesos antagônicos que equilibram a balança do verbo amar. A liberdade por si só desequilibraria assim como o profundo perdão unicamente.
Dialeticamente pensando toda liberdade carrega em si a autoridade assim como todo perdão carrega em si a justiça. Liberdade sem autoridade corre-se o risco de cair na licenciosidade assim como autoridade sem liberdade corre-se o risco de cair no autoritarismo que, nas palavras de Paulo Freire, seriam como a “ruptura do equilíbrio tenso entre autoridade e liberdade“. O mesmo ocorre com o perdão. Pensar em perdão acarreta termos que pensar na justiça, um sem o outro rompe-se o equilíbrio das coisas, rompe-se com o amor entendido aqui como categoria superior que se fundamenta nesses dois pilares.
Lembrei-me de passagens bíblicas que nos transmitem uma imagem de Deus como um ser que ama, por amar ele é justo, mais também perdoa. Biblicamente também nos é transmitido a idéia de que somos seres éticos frente às possibilidades de caminhos que podemos tomar em nossas vidas. Ser ético acarreta ser autônomo. Autonomia que se fundamenta na liberdade de nossas escolhas assim como presos a autoridade de termos que nos responsabilizarmos sob elas.
“A liberdade é uma prisão”.
Liberte-se...;)
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Netoo boa reflexão! Lendo sobre o assunto Gandhi nos diz: "A prisão não são as grades, e a liberdade não é a rua; existem homens presos na rua e livres na prisão. É uma questão de consciência." Vale a pena refletir sobre o significado da magnífica expressão. Tem ela uma aplicação muito forte em nossa vida, a partir do momento em que passamos a imaginar o que é uma prisão e o que representa a liberdade. Existem pessoas, que mesmo vivendo em liberdade, vivem presas; em contrapartida, muitos que estão encarcerados, e até mesmo incomunicáveis, podem estar vivendo em plena liberdade. Como se explica isso?
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ResponderExcluirrsrs acredito ser um aspecto fundante do ser humano como 'humano':D
ResponderExcluir"seres da contradição..."
Falando em Contradição... rsrsrsrs
ResponderExcluir"Só quem soube duvidar
Pôde enfim acreditar
Viu sem ver e amou sem aprisionar
Quem no pouco se encontrou
Aprendeu multiplicar
Descobriu o dom de eternizar
Só quem perdoou na vida sabe o que é amar
Porque aprendeu que o amor só é amor
Se já provou alguma dor
E assim viu grandeza na miséria
Descobriu que é no limite
Que o amor pode nascer..."
A natureza mesmo mostra que algumas das mais belas espécies vegetais, as flores, se desenvolvem onde menos se espera, nos lugares áridos . . . . ao contrário do óbvio.
ótima conclusão Neto ! Estou adorando ler todas as suas reflexões...Apesar de ser a última a saber da existência do seu blog ;/ AHUSHAUSHAS
ResponderExcluirMuito interessante saber diferenciar a idéia de ser livre de estar preso ... Liii esse trechoo de um dos pensadores e achei mt interessante: " Todos os dias Deus nos dá um momento em que é possível mudar tudo que nos deixa infelizes. O instante mágico é o momento em que um 'sim' ou um 'não' pode mudar toda a nossa existência."
(Nas margens do Rio Piedra eu sentei e chorei)
Paulo Coelho
Podemos sim mudar nossa existência , o modo de agir ou de pensar basta querer! Assim como podemos nos libertar das opnioes e julgamentos que nos afligem , a cerca de estar bem consigo mesmo ;D